
SOBRE MIM
Olá, meu nome é Angela — sou psicóloga brasileira residente na Holanda desde 2015. Atendo jovens adultos e adultos, presencialmente na serenidade da bela Sweelinckplein, em Haia, ou online, atravessando distâncias com a mesma escuta atenta.
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Nasci em São Paulo, em 1980, nos últimos anos da ditadura militar. Cresci na periferia da cidade, em meio a ecos de repressão, instabilidade financeira e um sentimento coletivo de incertezas — onde o político e o íntimo entrelaçavam-se com força invisível.
Desde cedo, compreendi como os grandes sistemas — econômicos, sociais, históricos — esculpem o terreno psíquico sobre o qual caminhamos. Essa percepção tornou-se alicerce do trabalho que hoje realizo: apoiar pessoas na travessia entre o mundo interno e as complexidades do mundo à sua volta.
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Já na infância, o silêncio foi meu primeiro mestre. Ele me ensinou a escutar não apenas o que era dito, mas o que permanecia à margem. O gesto, o olhar, a ausência — tudo se tornava linguagem. Essa escuta sensível moldou meu modo de ser e de clinicar: atento, presente, cuidadoso com as nuances mais sutis da experiência humana.
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O que me move, desde sempre, é uma curiosidade essencial sobre o que significa a experiência humana:
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o que nos molda,
o que nos impulsiona,
o que nos limita,
o que nos permite crescer.
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Como psicóloga, ao longo dos últimos 20 anos, percorri diferentes contextos — recursos humanos, centros de reabilitação hospitalar, clínica. Em todos, uma constatação se faz persistente: é nas camadas mais profundas que o verdadeiro movimento de transformação se revela.
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Na clínica, ofereço um espaço onde a urgência cede lugar à escuta, onde o tempo se dilata para que a verdade — aquela que ainda não tem nome — possa emergir. Tenho especial interesse por esses territórios internos menos visíveis: lugares silenciosos, densos, onde memória, desejo, contradição e afeto coexistem.
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Muitas pessoas que me procuram não estão em busca apenas de alívio, mas de sentido, de entendimento. Querem nomear algo ainda vago — e tudo bem se as palavras ainda não vieram. O processo, delicadamente, trará as palavras.
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Minha abordagem é integrativa, psicossomática e informada pelo trauma — moldada não apenas pela formação em psicologia, mas também por influências como: psicanálise, fotografia, arte, natureza, música, literatura, poesia, yoga e ayurveda. Esses são os caminhos pelos quais buscamos compreender o que significa ser humano. Valorizo a integração entre os conhecimentos científicos do Ocidente e a sabedoria holística do Oriente, reconhecendo a importância da mente e do corpo no processo de entendimento/transformação/cura.
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No nosso trabalho juntos, escuto não apenas o que é dito, mas, principalmente, o que se cala — o silêncio que carrega tanto significado. Escuto os sonhos que se repetem, os lapsos, os padrões invisíveis, as pausas do corpo. Como nos lembra Bessel van der Kolk, “the body keeps the score” — o corpo guarda aquilo que a mente não consegue traduzir em palavras. O que não se diz, o que se esconde nas entrelinhas, nos gestos e na postura, fala mais alto do que muitas vezes conseguimos perceber. É no silêncio que muitas vezes estão os traumas não resolvidos, as defesas que nos protegem, e os estados de alerta crônico. Mas é também nesse silêncio que se encontra o potencial de cura e transformação: o corpo, não como mero recipiente de dor, mas como a ponte que conecta o passado ao presente, a dor à possibilidade de renovação.
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Inspirada também por pensadores como Gabor Maté, compreendo como a dor psíquica pode enraizar-se no corpo através de longos anos de adaptação silenciosa. O que um dia nos protegeu, mais tarde pode se tornar sofrimento. Ainda assim, o corpo pode reaprender — com tempo, presença e segurança — a ser morada e não campo de batalha.
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Trago, ainda, uma consciência constante dos contextos culturais, históricos e políticos que moldam cada existência. A escuta clínica, para mim, é também escuta do mundo. Acredito que nossa transformação não acontece em isolamento, mas sim em relacionamento. Relacionamento com nós mesmos, com os outros e com a comunidade ao nosso redor. Não vejo diagnósticos — vejo sujeitos inteiros, múltiplos, dignos de cuidado profundo.
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Neste trabalho, não prometo atalhos nem respostas prontas. Ofereço presença, escuta e o compromisso ético com um processo de transformação que respeita o tempo de cada um.
A jornada pode ser desafiadora — mas também fértil, potente, enraizadora. Juntos, escutamos o que emerge: os gestos, os silêncios, as contradições e os desejos. E é a partir dessa escuta — delicada, corajosa — que algo novo pode, enfim, nascer.
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Minha prática é independente, sem subsídios governamentais. Isso me permite manter uma postura clínica autônoma, centrada no cuidado singular e no seu bem-estar, com integridade e liberdade.
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Formação e Experiência
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Sou graduada em Psicologia em São Paulo, em 2005, com diploma reconhecido oficialmente na Holanda.
Formações complementares recentes incluem:
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Atualmente cursando atualização em psicopatologia pelo NEEPHO, com conclusão prevista para novembro de 2025
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Terapia de Exposição Narrativa – NET
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Western Medicine (Medische Basiskennis) – Con Amore, Países Baixos
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EMDR – EMDR Centre London
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Gerenciamento de Estresse – Prof. Stephen Palmer, Centre for Stress Management, Londres
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MBCT – Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness
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Ayurveda – International Ayurveda Medical Association (Espanha / Países Baixos)
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Sou membro das seguintes associações profissionais:
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CAT – Collectief Alternatieve Therapeuten (BO nr.: 83142022-08-01)
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International Integrative Psychotherapy Association
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European Society for Trauma and Dissociation
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Seminários mensais em psicossomática no Institut Ipso Pierre-Marty – Centre d'enseignement à la psychosomatique, Paris
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Atendo em português e inglês, guiada por um compromisso profundo com processos de reconexão interior — onde escuta, clareza e compaixão se entrelaçam com rigor e sensibilidade.
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Se você convive com sintomas persistentes ou apenas intui a necessidade de habitar-se com mais inteireza e profundidade, este espaço é para você.
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Em um ambiente confidencial, sustento uma presença atenta e ética, onde o silêncio, a palavra e o afeto encontram lugar para sustentar o seu processo singular de autoconhecimento.
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Trilhar o caminho de volta a si é uma jornada delicada — e não precisa ser solitária.
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Você é bem-vindo(a), com tudo o que habita em você.
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